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🔹 1. Fadiga social / Burnout relacional (sobretudo em adultos neurodivergentes)
- Muitos adultos no espectro do autismo (sobretudo os que são funcionais e autoconscientes) experienciam “social burnout” — um estado de exaustão emocional provocado por esforço contínuo para se adaptarem a normas sociais implícitas.
- Este burnout manifesta-se com: irritabilidade com outras pessoas, retraimento social, raiva interior, baixa tolerância a conversas superficiais ou normativas.
- Estudo após estudo mostra que esta fadiga não se resolve com “mais socialização”, mas com tempo de recuperação emocional, expressão autêntica e relações com margem para diferença.
🔹 2. Rejeição acumulada e hipervigilância social
- Pessoas que passaram por rejeição ou exclusão repetida desenvolvem uma forma de hipersensibilidade à invalidação — algo que está bem documentado em teorias como a Rejection Sensitivity Theory.
- Isso gera:
- Aumento da reatividade emocional à crítica ou desinteresse.
- Sensação de que os vínculos são frágeis e que é preciso “pisar ovos”.
- Com o tempo: misantropia defensiva (não como ódio, mas como autoproteção).
🔹 3. Perda de paciência como reação de defesa, não de falha moral
- Vários autores referem que quando alguém perde progressivamente a vontade de se ligar aos outros, isso pode ser uma forma do sistema nervoso se proteger após ciclos de desilusão ou frustração social.
- Este estado pode ser confundido com cinismo, mas é muitas vezes um mecanismo de regulação emocional, onde a pessoa tenta evitar mais dor emocional por evitar proximidade.
🔹 4. Sensibilidade ética / Dissonância social e moral
- Pessoas com alta sensibilidade ética e cognitiva (comum em INTJs e em alguns perfis autistas) são mais afetadas por:
- Hipocrisia moral.
- Discurso politicamente correto vazio.
- Polarização tribal.
- Estudos na área da moral injury e ethical distress mostram que viver em contextos que contradizem os próprios valores nucleares leva a estados de irritação, frustração crónica e até apatia relacional.
- Isto não é frieza emocional: é o resultado de viver longamente em ambientes onde a pessoa sente que precisa de se distorcer para ser aceite.
🔹 5. Isolamento intencional como resposta adaptativa
- A escolha consciente de se isolar (ainda que temporária) é descrita em estudos como uma resposta auto-reguladora válida, especialmente quando:
- O indivíduo precisa de preservar energia psíquica.
- Há um colapso de confiança social.
- O isolamento nem sempre é sinal de depressão — pode ser um estado de “hibernação emocional” necessário à reorganização interna.
🔚 Síntese geral:
O que estás a viver é descrito na literatura como uma resposta legítima à frustração social crónica, comum em:
- Adultos neurodivergentes com autoconsciência desenvolvida;
- Pessoas com valores éticos elevados e sensibilidade emocional intensa;
- Indivíduos expostos a rejeição relacional repetida, mesmo que subtil.
Serei sempre um Misantropo.
Não é por questões estéticas que escolhi o nome Bitterness (Amargura).
Sou como o narrador de “Notas do Subterrâneo”. Eu sou raiva. Essa é a minha existência. Acima de tudo, eu sou Amargura.
Mas ao contrário do narrador, eu não me foco em prejudicar os outros. Não saio do meu caminho para prejudicar ninguém. Sempre fui um pacifista nesse sentido; tento viver a vida sem afetar a liberdade dos outros. Claramente, isso não interessa. Não é um fator relevante no que toca à apreciação que as pessoas têm por mim. O fator mais importante de todos, no topo da hierarquia, é o alinhamento total e dogmático com as ideias dos outros.
Não há espaço para diferenças. Não há margem para interpretações diferentes ou que contradizem a perspetiva comum. Qualquer desvio é e será sempre visto como um defeito. Uma aberração.
O modo como falo. O modo como me comporto. Os meus gostos e preferências. A minha visão heterodoxa das coisas. A minha atitude antiwoke. A minha fixação por este ou aquele tema.
“Aquele tipo é estranho.”
“Ele tem uma forma de falar bizarra.”
“Que tipo de adulto chega aos 27 anos sem sequer um pequeno grupo de amigos?”
“Não sei explicar. Há algo nos seus gestos, no seu olhar. Algo de esquisito.”
“Ele fala muito e com uma profundidade exagerada. É um bocado arrogante.”
Por estes pecados, o meu castigo é rejeição constante, julgamento, e solidão. Não mereço calor nem companhia.
Isto pesa-me. Torna-me uma pessoa amarga. Sinto cada vez menos paciência para me integrar. Tenho cada vez menos energia e motivação para me esforçar. Estou numa fase em que me apetece mandar todos à merda.
Entre o politicamente correto, a visão comum (mainstream), a visão do grupo, a identidade do grupo, o contexto social – todas essas merdas que só servem para distorcer tudo, para distorcer a verdade – não sobra espaço para mim.
Serei sempre um misantropo. Não porque odeio pessoas, não porque odeio a humanidade, mas porque sinto a sua frieza excessiva.
As pessoas hoje em dia não têm uma fração de pensamento crítico, muito menos tolerância para opiniões diferentes. Ou atitudes diferentes.
Qualquer divergência, por mais subtil que seja, é vista como “um sinal de alerta”.
Serei sempre um misantropo. Isto é um sentimento inescapável.
Não sou muito diferente. Nada do outro mundo. Mas sou demasiado diferente. Demasiado alienígena para a maioria das pessoas.
Os dogmas da sociedade… Considero-os uma aberração. Os parâmetros inconsistentes, as hipocrisias morais, os argumentos de má-fé que oiço todos os dias para justificar tudo e mais alguma coisa. No fundo disto tudo, só existe egoísmo. As pessoas são incrivelmente, impressionantemente, egoístas. Se tiverem que fazer um sacrifício mínimo – que mal se consideraria um incómodo – a favor de ajudar outro, eles não o fazem. Só o fazem quando ganham algo em retorno. Não são capazes de levantar um dedo, um gesto mínimo, para criticar a própria tribo, ou elevar alguém de fora.
Desisti de tentar. Desisti completamente de me sacrificar a favor de tribos. É desgastante. É um sacrifício enorme, com um benefício de merda.
Não consigo fingir que sou “politicamente correto”. Não consigo fingir que concordo com os dogmas da sociedade. Mesmo que eu finja, mais cedo ou mais tarde hei de me descair, e aí há sempre alguém pronto a julgar-me.
Há os membros do grupo, e há os de fora. Sempre estive de fora. Nunca pertenci a qualquer grupo. Nunca tive uma tribo.
Como o ditado africano diz, “A criança que não foi amada, ateia fogo à sua aldeia, para sentir o seu calor.”
O fogo está dentro de mim, sob a forma de raiva profunda. Choca-me, até hoje, o quão fúteis as pessoas são. O quão dogmáticas, tribais, e materialistas elas são. Não são capazes de pôr a sua lealdade à tribo de lado, ou a sua identidade, ou os seus objetivos materiais, durante a porra de dois minutos. Não são capazes. As pessoas são máquinas de hedonismo incansável. São brutalmente pragmáticas, e egoístas.
E ainda me vêm com conversas de merda, de moralismos de merda, de lições de vida de merda, sobre o sofrimento, e compaixão, e bondade, e tretas que elas não compreendem nem valorizam.
“Se todos à tua volta são egoístas e injustos, isso significa que tu é que és. Se todos são otários, tu é que és o otário.”
Isso é um raciocínio de merda. Isso revela 100% lealdade à tribo, e 0% empatia.
Uma pessoa que vive anos e anos sozinha, rejeitada, isolada, uma pessoa incompreendida… Dizer-lhe na cara “a culpa é tua” não é correto. Especialmente se essa pessoa, de um ponto de vista objetivo, é decente. Trata bem os outros. Até tem um sentido de ética forte. Enquanto outras pessoas por aí têm atitudes de merda, são egoístas, e são mais bem tratadas pelos outros. Essa afirmação do “otário” pressupõe que a forma como os outros nos tratam é sempre um reflexo das nossas ações. Isso não é verdade. No fim do dia, os outros podem tratar-nos mal, simplesmente por sermos diferentes, ou por estarmos fora da tribo.
Não há paciência. Estas respostas de “tough love”, o pragmatismo falso da autoajuda, o “senso comum” básico, as atitudes de descartar os sofrimentos dos outros (o meu sofrimento)… Isto não são respostas de boa-fé. São reflexos, são instintos de proteção para com a tribo.
“Falsa equivalência…”
“O mundo não gira à tua volta.”
“Síndrome de Personagem Principal…”
“Andas muito sensível. Não sabes o que os outros sofrem…”
VÃO-SE FODER!
Vão-se todos foder!
Porque é que sou um misantropo? Porque sinto muito. Sinto numa sociedade que não sente. O pouco que sente é seletivo, conveniente, politicamente correto.
E sinto muito. Desiludo-me com frequência com a falta de compaixão das pessoas. As pessoas têm um sentido de compaixão tão redutor, tão binário.
Eu não me sinto como um ser humano. Cada dia que passa, sinto-me mais como um bicho. Um monstro. Torno-me cada vez mais impaciente, intolerante, mais bizarro. E por isso mesmo, continuarei a sofrer. Continuarei a pagar o preço por ser autêntico. Já experimentei ser falso; não funcionou.
Sou um monstro, sou maléfico, porque sinto emoções maléficas. As chamadas de “boas pessoas” são “boas”, apenas porque sentem boas emoções. Porque sentem algum calor. Sentem uma abundância de amor, enquanto eu sinto uma frieza extrema.
Sou maléfico, sou estranho, porque sinto coisas maléficas e estranhas. Sinto raiva, amargura, ansiedade, revolta. Sinto-me constantemente revoltado. Sinto que estou a lutar contra o mundo.
Que assim seja.
Pelo menos, sou autêntico. Não vou mais procurar respostas lá fora. Eu sou o que sou. Sou quem sou, e isso é o suficiente. Se sinto emoções maléficas, sou maléfico. Transmito isso, pois é o que sou.
Que se fodam todos.